Se imaginarmos a infância do Tutu, na sua vida diária em Canabarro...levantando antes
do sol nascer, indo tirar o leite da vaca, trazendo para casa o leite
para o café da manhã. O pão amassado pela vó Elisa, tia Chinoca. O ovo
frito na banha do porco morto no dia anterior. Cheiros e gostos
inesquecíveis, entranhados nas minhas narinas, na minha memória.
Carneando o boi para as festas. Varrendo o quintal, juntando a palha do
arroz, onde algumas vezes, muitos anos depois, dei cambalhotas feliz com
a brincadeira diferente para a menina da cidade. Os cabelos sujos, as
perninhas enterradas no estrume. O fogão a lenha aquecendo o casebre, o
plantio de milho, de arroz, tudo no ritmo da natureza, das estações do
ano, do nascer e do pôr do sol, das chuvas. Outra geração e uma vida
completamente diferente.
Queiramos ou não, é a evolução da
humanidade. A inteligência do Homem não tem limites, mas não vamos ver
onde chegaremos. O nosso tempo é curto, vemos muitas modificações, mas
não o fim. Os pais assistiram a chegada dos caixas eletrônicos, o desuso
do talão de cheques, o forno de microondas facilitando a vida, mas não
estão mais aqui para ver os tablets, os netbooks, os iphones com
câmeras. Imagine quantos momentos perdemos em apenas 2 anos que
estivemos na Nova Zelândia porque não tinhamos as câmeras e o skype?
Cartas e cartões trocados que demoravam dias para chegar. Telefonemas
sempre expressos.
A tecnologia pode aproximar. O nosso tempo é curto.
A menina no mercado
Há 3 anos